Francisco vai estar na Cova da Iria a 12 e 13 de maio, por ocasião do Centenário das Aparições, confirmando forte ligação do papado ao santuário português
No pontificado seguinte, Pio XII assumiu Fátima como um acontecimento de toda a Igreja e, a 31 de outubro de 1942, consagrou o mundo ao Imaculado Coração de Maria, em plena II Guerra Mundial; o Santuário assinala, ainda hoje, o encerramento do Ano Santo, a 13 de outubro de 1951, neste pontificado.
São João XXIII visitou Fátima no dia 13 de maio de 1956, quando era ainda patriarca de Veneza, mas as viagens internacionais dos Papas modernos são uma novidade que remonta à segunda metade do século XX, com o pontificado de Paulo VI (1897-1978).
Portugal entraria na rota dessas visitas apostólicas logo na quinta viagem deste pontífice italiano, a 13 de maio de 1967, por ocasião do 50.º aniversário das aparições marianas, reconhecidas pela Igreja Católica, na Cova da Iria.
Paulo VI quis vir pessoalmente a Fátima, como peregrino, a 13 de maio de 1967, tendo decidido que o avião que o transportou desde Roma aterrasse em Monte Real, ficando alojado na então Diocese de Leiria (hoje Leiria-Fátima); além da homilia na Missa do 13 de maio, no 50.º aniversário das Aparições, Paulo VI teve outras seis intervenções.
João Paulo I esteve em Portugal como patriarca de Veneza, em julho de 1977, passando por Fátima e encontrando-se com a Irmã Lúcia.
João Paulo II, que a 13 de maio de 1981 tinha sido atingido a tiro na Praça de São Pedro, num atentado contra a sua vida, veio à Cova da Iria um ano depois, agradecer publicamente a intercessão de Nossa Senhora de Fátima na sua recuperação.
Em maio de 1982, no aniversário desse primeiro atentado contra a sua vida, Karol Wojtyla (1920-2005) chegava a Fátima para “agradecer à Divina Providência neste lugar que a mãe de Deus parece ter escolhido de modo tão particular”; passou ainda por Lisboa, Vila Viçosa, Coimbra, Braga e Porto, ao longo de quatro dias (12-15 de maio), proferindo um total de 22 intervenções.
O Papa polaco voltou a Portugal nove anos depois: a 10 maio de 1991, João Paulo II celebrou Missa no Estádio do Restelo e viajaria depois para os Açores e Madeira, antes de centrar-se no Santuário de Fátima, nos dias 12 e 13 maio.
Durante quatro dias, São João Paulo II proferiu 12 intervenções e enviou ainda uma carta, desde a Cova da Iria, aos bispos católicos da Europa, que preparavam uma assembleia especial do Sínodo dos Bispos, dedicada ao Velho Continente.
A 12 e 13 maio de 2000, já com a saúde debilitada, João Paulo II regressou a Portugal, para presidir à beatificação dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto; proferiu um discurso à chegada, no aeroporto internacional de Lisboa, a homilia na Missa do 13 de maio e uma saudação aos doentes reunidos na Cova da Iria.
Na mesma ocasião deu-se o anúncio da publicação da terceira parte do chamado “Segredo de Fátima”.
Bento XVI visitou Portugal de 11 a 14 de maio de 2010, para assinalar o décimo aniversário da beatificação de Francisco e Jacinta Marto, presidindo às celebrações da peregrinação aniversário internacional na Cova da Iria, a 12 e 13 de maio.
Em Lisboa, com o Tejo ao fundo, reuniu milhares de pessoas numa Missa no Terreiro do Paço; já no Porto, nova multidão acorreu à Praça dos Aliados, para a celebração eucarística que concluiu uma viagem de quatro dias, com um total de 18 intervenções.
Em 2017, tem lugar a visita do Papa Francisco a Fátima, para a celebração do Centenário das Aparições, numa viagem centrada exclusivamente na Cova da Iria, onde a 13 de maio de 2013 o então cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, consagrou o atual pontificado à Virgem Maria.
Este olhar sobre os últimos 50 anos, com as várias visitas dos Papas a Portugal, sempre ligadas às celebrações do 13 de maio, sublinham a importância que Fátima possui hoje para a Igreja Católica e o alcance universal da mensagem deixada na Cova da Iria, tornando-a um destino obrigatório para a rota das viagens pontifícias.
OC
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