Esta invocação de fé, muito simples e ao mesmo tempo muito piedosa, e muitíssimo poderosa em seus efeitos, desenvolveu-se como tradição da oração cristã em várias fórmulas parecidas, tanto no Oriente quanto no Ocidente, embora tenha sido sempre mais praticada na Igreja Oriental. Trata-se de um tipo de oração pessoal que, por muitos séculos, vêm exercendo um papel extraordinariamente importante na espiritualidade cristã, e que pode ser bem compreendida com a leitura do livro “A Invocação do Nome de Jesus”, que tem por autor “um monge Igreja Oriental”
Da mesma maneira clamavam os dez leprosos, nas terras de Samaria: “Jesus, Mestre, tem piedade de nós!”(Lc 17,11-14), e todos eles foram curados, graças à sua fé no clamor pelo Nome do Senhor.
Também o humilde publicano, que no Templo batia no peito e repetia: “Ó Deus, tem piedade de mim, pecador!”… E Jesus declara que este voltou para casa justificado, pois “todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado” (Mc 10,47 / Lc 17,11-14;18-13).
Como rezar:
A Oração de Jesus é uma oração de maravilhosa versatilidade: apesar de ser uma oração para iniciantes, ao mesmo tempo conduz aos mais profundos mistérios da vida contemplativa. Pode ser usada por qualquer um, a qualquer momento, em qualquer lugar: nas salas de espera, filas, andando, viajando de ônibus ou trem, no trabalho, quando não se consegue dormir à noite ou em momentos de especial ansiedade, quando é impossível concentrar-se em outros tipos de oração. Porém, enquanto todo cristão pode, naturalmente, recitar a Oração de Jesus de forma ocasional, outra situação é recitá-la continuamente.
Para alguns, chega uma hora em que a Oração de Jesus “entra no coração”, de maneira que ela não é mais recitada por um esforço deliberado, mas espontaneamente, continuando mesmo quando a pessoa fala ou escreve, presente nos seus sonhos, acordando-a de manhã. Nas palavras de Santo Isaac, o Sírio: “Quando o Espírito faz sua morada num homem, ele não cessa de rezar, porque o Espírito vai rezar constantemente nele. Então, nem quando ele dorme, nem quando está acordado, a oração será tirada de sua alma; mas, quando ele come e quando ele bebe, quando ele se deita ou quando faz qualquer trabalho, mesmo quando está em profundo sono, os perfumes da oração respirarão no seu coração espontaneamente” (Tratados Místicos, edit. Wensinek, p. 174).
Os ortodoxos acreditam que o poder de Deus está presente no Nome de Jesus, de forma que a invocação de seu Divino Nome atua “como um sinal efetivo da ação de Deus, como uma espécie de Sacramento” (Un Moine de l’Église d’Orient, La Priére de Jésus, Chevetogne, 1952, p. 87).
Tanto aqueles que a recitam continuamente quanto os que a recitam ocasionalmente têm, na Oração de Jesus, uma grande fonte de segurança e júbilo. Citando o Peregrino: “E é assim que eu ando agora e, incessantemente, repito a Oração de Jesus, que é para mim mais doce e preciosa que qualquer outra coisa no mundo. Às vezes, eu ando até 43 ou 44 milhas num dia e nem sinto que estou caminhando. Tenho consciência apenas de estar recitando minha oração. Quando o frio intenso me penetra, começo a recitar minha oração com mais intensidade e, rapidamente, me aqueço todo. Quando a fome começa a me perturbar, chamo mais frequentemente o Nome de Jesus e esqueço minha vontade de comer. Quando fico doente e o reumatismo ataca minhas costas e pernas, eu fixo meus pensamentos na oração e não sinto a dor. Se alguém me faz mal, tenho apenas que pensar: ‘como é doce a Oração de Jesus’, e tanto o ferimento quanto a raiva passam e esqueço tudo… Agradeço a Deus porque agora compreendo o significado destas palavras ouvidas na Epístola: ‘Rezai sem cessar’ (1Ts 5, 17)” (O Caminho do Peregrino, p 17-18 / The Way of the Pilgrim).
A oração-invocação do Santo Nome de Jesus, por ser breve, pode ser rezada em qualquer lugar, em todas as horas, ajustando-se perfeitamente ao conselho evangélico de orar incessantemente, sem desfalecer. É o caminho mais simples da oração contínua. Repetida várias vezes por um coração humildemente atento, ela não se dispersa numa torrente de palavras (Mt 6,7), mas conserva a Palavra e produz fruto pela perseverança.
Kyrie Eleison (em grego: Κύριε ελέησον, transl. Kýrie eléison) é uma oração cristológica (cujo centro é Cristo e voltada para Ele) da liturgia cristã.
Existem expressões similares em alguns salmos, e nos Evangelhos, mas o testemunho mais antigo de seu uso litúrgico remonta ao século IV, entre a comunidade cristã de Jerusalém, e, no século V, na missa do rito romano, como prece litânica e resposta a determinadas invocações.
Significado
Kyrie é o vocativo da palavra grega κύριος (transl. kyrios, “Senhor”), traduzido livremente como “ó, Senhor”, enquanto eleison (ελεησον) é o imperativo aoristo do verbo eleéo (ελεεω; “ter piedade”, “compadecer-se”). É originário do salmo penitencial 51 (50 na versão LXX), usado como começo de uma antiga oração cristã repetida nas liturgias de denominações católicas, luteranas, ortodoxas e anglicanas.
Κύριε ἐλέησον, Χριστὲ ἐλέησον, Κύριε ἐλέησον.
Kyrie eleison; Christe eleison; Kyrie eleison.
“Senhor, tende piedade (de nós); Cristo, tende piedade (de nós); Senhor, tende piedade (de nós)”.
Uso Litúrgico
No rito tridentino o Kyrie vinha recitado depois do ato penitencial; no rito ambrosiano é recitado até hoje, durante o ato penitencial, e repetido três vezes ao fim da Missa, antes da bênção final.
O Kyrie, por ser geralmente abreviado, faz parte também da missa cantada, formando a parte que se segue ao intróito.
Depois da reforma litúrgica, o Kyrie foi substituído, no rito romano, pela invocação “Senhor, tende piedade.” Como o Confiteor é facultativo, coube a este trecho, “Senhor, tende piedade”, ter o seu caráter penitencial, que originalmente era secundário, acentuado.
No rito bizantino, em grego, a aclamação Kyrie eleison é cantada diversas vezes, pelos fiéis, em resposta às orações do celebrante (ektenia). Na tradição do antigo eslavo eclesiástico, é traduzido como Hospodi pomiluj.
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