A Invocação do Nome de Jesus ou Oração de Jesus

Esta invocação de fé, muito simples e ao mesmo tempo muito piedosa, e muitíssimo poderosa em seus efeitos, desenvolveu-se como tradição da oração cristã em várias fórmulas parecidas, tanto no Oriente quanto no Ocidente, embora tenha sido sempre mais praticada na Igreja Oriental. Trata-se de um tipo de oração pessoal que, por muitos séculos, vêm exercendo um papel extraordinariamente importante na espiritualidade cristã, e que pode ser bem compreendida com a leitura do livro “A Invocação do Nome de Jesus”, que tem por autor “um monge Igreja Oriental”

A origem
A Oração da Invocação do Nome de Jesus remonta aos primeiros tempos da Igreja e às práticas dos primeiros monges, sendo anterior até mesmo à prática do santo Rosário. Diadoco de Fotice, já no século IV, escreveu: “O que não cessa de meditar, nas profundezas de seu coração, no Nome Santo e Glorioso de Jesus, poderá ver um dia a Luz em seu espírito”. A origem da prática, porém, é muito mais antiga, pois procede diretamente dos Evangelhos. Sua base é o clamor do cego de Jericó, que gritava com insistência: “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim!” (10, 46-52), e pela sua fé foi curado e então “seguiu Jesus pelo caminho”.

Da mesma maneira clamavam os dez leprosos, nas terras de Samaria: “Jesus, Mestre, tem piedade de nós!”(Lc 17,11-14), e todos eles foram curados, graças à sua fé no clamor pelo Nome do Senhor.

Também o humilde publicano, que no Templo batia no peito e repetia: “Ó Deus, tem piedade de mim, pecador!”… E Jesus declara que este voltou para casa justificado, pois “todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado” (Mc 10,47 / Lc 17,11-14;18-13).

A invocação contínua do Nome de Jesus é, então, biblicamente, das mais perfeitas práticas de oração para se buscar a Comunhão com nosso Senhor e a sua Misericórdia, quando feita com um espírito cheio de amor, doçura e esperança. A persistência nesta prática piedosa faz com que o coração do devoto transborde de bem-aventurança, até chegar à completa serenidade. Nos momentos de angústia ou necessidade, o pensamento do cristão deve invocar várias e várias vezes o Nome de Jesus, que se torna Luz do conhecimento de Deus que dissipa as trevas da alma. Também em nossas realizações devemos nos lembrar de invocar o Santo Nome do Senhor, com espírito de gratidão e alegria, compartilhando com o Doador de Todas as graças a nossa felicidade.
A oração do Nome de Jesus é semelhante à oração do Rosário à Santíssima Virgem Maria, em sua origem e nos seu objetivos: ambas as práticas têm suas raízes nos meios monásticos; em ambas imploramos aquilo de que realmente necessitamos, mesmo que não saibamos, pois podemos desconhecer aquilo de que precisamos; em ambas utilizamos palavras da Escritura; ambas são orações para todos, que produzem tranquilidade e, com o tempo e a perseverança, a paz duradoura e a restauração da vida.

Como rezar:

“Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus Vivo, tende piedade de mim, pecador!” Simplesmente repita algumas vezes esta fórmula, tantas vezes quantas o seu coração pedir, enquanto não cansar, com amor, serenidade e devoção. Se você realmente necessitar de alguma graça, mentalize-a entre as invocações, ou, se preferir, vocalize o seu pedido, crendo firmemente que será atendido. Mantenha a consciência, porém, de que se não for atendido, será sempre o melhor para você, pois tudo nos é dado segundo a Vontade do Pai para o nosso bem, e de todo mal Deus tira um bem maior. Muitas vezes fazemos pedidos que, se fossem atendidos, mais nos prejudicariam do que ajudariam.

A Oração de Jesus é uma oração de maravilhosa versatilidade: apesar de ser uma oração para iniciantes, ao mesmo tempo conduz aos mais profundos mistérios da vida contemplativa. Pode ser usada por qualquer um, a qualquer momento, em qualquer lugar: nas salas de espera, filas, andando, viajando de ônibus ou trem, no trabalho, quando não se consegue dormir à noite ou em momentos de especial ansiedade, quando é impossível concentrar-se em outros tipos de oração. Porém, enquanto todo cristão pode, naturalmente, recitar a Oração de Jesus de forma ocasional, outra situação é recitá-la continuamente.

Para alguns, chega uma hora em que a Oração de Jesus “entra no coração”, de maneira que ela não é mais recitada por um esforço deliberado, mas espontaneamente, continuando mesmo quando a pessoa fala ou escreve, presente nos seus sonhos, acordando-a de manhã. Nas palavras de Santo Isaac, o Sírio: “Quando o Espírito faz sua morada num homem, ele não cessa de rezar, porque o Espírito vai rezar constantemente nele. Então, nem quando ele dorme, nem quando está acordado, a oração será tirada de sua alma; mas, quando ele come e quando ele bebe, quando ele se deita ou quando faz qualquer trabalho, mesmo quando está em profundo sono, os perfumes da oração respirarão no seu coração espontaneamente” (Tratados Místicos, edit. Wensinek, p. 174).

Os ortodoxos acreditam que o poder de Deus está presente no Nome de Jesus, de forma que a invocação de seu Divino Nome atua “como um sinal efetivo da ação de Deus, como uma espécie de Sacramento” (Un Moine de l’Église d’Orient, La Priére de Jésus, Chevetogne, 1952, p. 87).

Tanto aqueles que a recitam continuamente quanto os que a recitam ocasionalmente têm, na Oração de Jesus, uma grande fonte de segurança e júbilo. Citando o Peregrino: “E é assim que eu ando agora e, incessantemente, repito a Oração de Jesus, que é para mim mais doce e preciosa que qualquer outra coisa no mundo. Às vezes, eu ando até 43 ou 44 milhas num dia e nem sinto que estou caminhando. Tenho consciência apenas de estar recitando minha oração. Quando o frio intenso me penetra, começo a recitar minha oração com mais intensidade e, rapidamente, me aqueço todo. Quando a fome começa a me perturbar, chamo mais frequentemente o Nome de Jesus e esqueço minha vontade de comer. Quando fico doente e o reumatismo ataca minhas costas e pernas, eu fixo meus pensamentos na oração e não sinto a dor. Se alguém me faz mal, tenho apenas que pensar: ‘como é doce a Oração de Jesus’, e tanto o ferimento quanto a raiva passam e esqueço tudo… Agradeço a Deus porque agora compreendo o significado destas palavras ouvidas na Epístola: ‘Rezai sem cessar’ (1Ts 5, 17)” (O Caminho do Peregrino, p 17-18 / The Way of the Pilgrim).

A oração-invocação do Santo Nome de Jesus, por ser breve, pode ser rezada em qualquer lugar, em todas as horas, ajustando-se perfeitamente ao conselho evangélico de orar incessantemente, sem desfalecer. É o caminho mais simples da oração contínua. Repetida várias vezes por um coração humildemente atento, ela não se dispersa numa torrente de palavras (Mt 6,7), mas conserva a Palavra e produz fruto pela perseverança.

Jesus ensinou: “A boca fala do que o coração está cheio” (Mt 12,34). Na história da espiritualidade, encontramos santos que não se cansavam de repetir o Nome de Jesus, para manter no coração, continuamente, a Presença do Amado. Podemos e devemos rezar em todos os lugares e situações;  pois ninguém pode nos impedir de pensar em Jesus. Quem ama Jesus torna-se mensageiro desse Amor em todos os lugares, sempre. Então, comece já!
kyrie-eleison

Kyrie Eleison (em grego: Κύριε ελέησον, transl. Kýrie eléison) é uma oração cristológica (cujo centro é Cristo e voltada para Ele) da liturgia cristã.

Existem expressões similares em alguns salmos, e nos Evangelhos, mas o testemunho mais antigo de seu uso litúrgico remonta ao século IV, entre a comunidade cristã de Jerusalém, e, no século V, na missa do rito romano, como prece litânica e resposta a determinadas invocações.

Significado

Kyrie é o vocativo da palavra grega κύριος (transl. kyrios, “Senhor”), traduzido livremente como “ó, Senhor”, enquanto eleison (ελεησον) é o imperativo aoristo do verbo eleéo (ελεεω; “ter piedade”, “compadecer-se”). É originário do salmo penitencial 51 (50 na versão LXX), usado como começo de uma antiga oração cristã repetida nas liturgias de denominações católicas, luteranas, ortodoxas e anglicanas.

Κύριε ἐλέησον, Χριστὲ ἐλέησον, Κύριε ἐλέησον.

Kyrie eleison; Christe eleison; Kyrie eleison.

“Senhor, tende piedade (de nós); Cristo, tende piedade (de nós); Senhor, tende piedade (de nós)”.

Uso Litúrgico

No rito tridentino o Kyrie vinha recitado depois do ato penitencial; no rito ambrosiano é recitado até hoje, durante o ato penitencial, e repetido três vezes ao fim da Missa, antes da bênção final.

O Kyrie, por ser geralmente abreviado, faz parte também da missa cantada, formando a parte que se segue ao intróito.

Depois da reforma litúrgica, o Kyrie foi substituído, no rito romano, pela invocação “Senhor, tende piedade.” Como o Confiteor é facultativo, coube a este trecho, “Senhor, tende piedade”, ter o seu caráter penitencial, que originalmente era secundário, acentuado.

No rito bizantino, em grego, a aclamação Kyrie eleison é cantada diversas vezes, pelos fiéis, em resposta às orações do celebrante (ektenia). Na tradição do antigo eslavo eclesiástico, é traduzido como Hospodi pomiluj.

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